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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

AS FUNÇÕES MORFOSSINTÁTICAS DO "QUE"

Ao ler o texto, observe a palavra QUE. E o bom é que cada qual tem a sua classificação morfológica.


- Quê! você por aqui, João?
(interjeição)
- Que bom, André, eu encontrar você.
(advérbio de intensidade)
- Que foi, João?
(pronome indefinido substantivo)
- Tenha calma, que vou lhe falar.
(conjunção coordenativa explicativa)
- Vai me falar o quê?
(pronome indefinido substantivo)
- Uma coisa que ouvi sobre você.
(pronome relativo)
- Espero que seja coisa boa.
(conjunção subordinativa integrante)
- Calma, você tem que me ouvir.
(preposição)
- Pois fale. Estou na expectativa que me fale.
(conjunção subordinativa final)
- Lá vai. Segundo dizem, você tem um quê diferente dos outros.
(substantivo)
- Que besteira essa sua!
(pronome indefinido exclamativo)
- Que besteira?
(pronome indefinido interrogativo)
- Sim. Não sou mais diferente que ninguém. Deixe de ser bobo.
(conjunção subordinativa comparativa)
- Agora deu. Eu que procuro ser seu amigo, sou maltratado.
(palavra expletiva ou de realce)
- Chega. Esse tipo de conversa eu já ouvi que abusei. Agora, que tive paciência de ouvir você, até outro dia.
(conjunções subordinativas: consecutiva e temporal)

O termo “que” pode pertencer a categorias gramaticais diferentes e exerce funções sintáticas diferentes.

Vejamos, separadamente, cada uma das funções do que:

a) pronome interrogativo: faz referência a pessoas (substantivo) ou a coisas (adjetivo).

Exemplos: O que ocorreu nesta sala? (substantivo)
Que tema você escolheu? (adjetivo – acompanha o substantivo)

b) pronome relativo: refere-se a um termo anterior.

Exemplo: As crianças que gostam de fabricar seu próprio brinquedo se mostram mais criativas no futuro.

c) pronome adjetivo indefinido: tem sentido de “quanto”, “quantas”.

Exemplo: Que horas são agora?

d) conjunção coordenativa aditiva: liga orações e tem valor próximo da conjunção “e”.

Exemplo: Diz que diz, mas não faz nada!

e) conjunção coordenativa explicativa: valor próximo de “pois”.

Exemplo: Devemos nos amar, que o ódio consome e destrói a alma.

f) conjunção subordinativa integrante: introduz oração subordinada substantiva.

Exemplo: Ficou claro que você não vai mais discutir o mesmo assunto. /

g) conjunção subordinativa causal: valor próximo de “porque”.

Exemplo: Corram, que o tornado está próximo da nossa cidade!

h) conjunção subordinativa temporal: valor próximo de “desde que”.

Exemplo: Cinco anos passaram que dali fomos embora.

i) conjunção subordinativa concessiva: valor próximo de “embora”, “ainda que”

Exemplo: Que não gostem de nosso companheirismo, continuaremos unidos!

j) conjunção subordinativa consecutiva: exprime conseqüência.

Exemplo: Tanto pediu que foi atendido.

k) Substantivo: quando se refere à própria partícula “que”. Vem acentuado por ser monossílabo tônico, acompanhado ou de artigo ou de palavra com valor de adjetivo.

Exemplo: Este livro tem um quê de instigação e mistério.

l) Interjeição: exprime surpresa, espanto e vem acentuado:
Justificar
Exemplo: Quê! Você foi ao casamento?

m) partícula de realce: não prejudica a estrutura sintática se retirado.

Exemplo: Que vontade que tenho de conversar com você às vezes.

n) preposição: substitui a preposição “de” quando acompanhada dos verbos ter e haver.

Exemplo: Tenho que vestir algo apropriado.
Há que se perceber o equívoco.

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É O QUE TEM PRA HOJE: "POUCO PAPO E SÓ... SU-CEEEEEEES-SO!!!"



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