BRASIL, O PARAÍSO PERDIDO
A
partir de meados do ano 1300 e por mais de cinco séculos circularam na
Europa boatos a respeito de uma ilha mágica - Brasil, Hi-Brasil,
Hy-Brazil,
Brasile, etc -, com cidades cobertas de ouro e natureza exuberante, uma
espécie de Jardim do Éden ou Xangrilá. Ela apareceu em alguns documentos
até
1870.
Vários mapas mostravam situavam a ilha no
Atlântico Norte, geralmente próximo à Irlanda. Expedições da França e da
Inglaterra partiram em busca desta terra maravilhosa e voltaram de mão
vazias. Era crença, na época, que ela surgia apenas de sete em sete
anos;
outros diziam que ficava oculta dos olhos humanos pela neblina; e poucos
achavam que ela simplesmente não existia.
Em 1675, entretanto, o
respeitado navegador Capitão John Nisbet relatou que em setembro de
1674, retornando da França para a Irlanda, encontrou acidentalmente a
fabulosa
Ilha de Hi-Brasil, após atravessar um espesso nevoeiro.
A
notícia se espalhou e todos queriam sair em busca da terra paradisíaca,
mas
logo um certo Mathew Calhoon deu entrada numa petição oficial ao Rei
Charles I reclamando a posse da Ilha de Hi-Brasil. Não ficou claro em
que bases
Mathew pleiteava o território, mas prevaleceu o bom senso e foram
assegurados os direitos do verdadeiro descobridor daquela terra, o
Capitão Nisbet.
Mas isto pouco importou, porque a ilha jamais voltou a ser encontrada.
Várias ilhas "misteriosas" no Oceano Atlântico foram identificadas e
hoje são pontos geográficos comuns em nossos mapas, como ocorreu com a
mística Saint Bredan, que veremos num artigo em breve. A Ilha de
Hi-Brasil,
entretanto, não foi localizada. Considera-se hoje que ela nunca existiu
ou foi uma formação vulcânica temporária que fumegava e produzia o
citado
nevoeiro, derramando lava em brasa - daí viria o nome "brasil". Embora
especuladores e até algumas seitas queiram vincular esta ilha ao nosso
país,
cientificamente não existe qualquer relação.
Mapas que mostram a Ilha de Hi-Brasil: Dalorto de 1325, Catalão de 1350, Pizigani de 1367, Canepa
de 1489, Gutierrez de 1562, Wagenhaer de 1583, Mercator de 1595, Magini de 1597, Blaeu de 1617 e diversos outros.
Celso
Serqueira |
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