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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Escola de Sagres

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Rosa dos ventos da fortaleza de Sagres, no Algarve, Portugal.
A Escola de Sagres constitui um dos grandes mitos[carece de fontes] da história portuguesa, resultante de deficientes interpretações de crónicas antigas.[carece de fontes] Com base no pressuposto de que o infante D. Henrique convidou um cartógrafo catalão para se colocar ao seu serviço, muitos consideraram[quem?] (a partir logo do século XVI, com Damião de Góis), que teria havido uma escola náutica em Sagres, fundada pelo Infante D. Henrique, por volta de 1417, no Algarve. A escola, centro da arte náutica, teria assim formado grandes descobridores, como Vasco da Gama e Cristóvão Colombo.[a]
Após o seu regresso de Ceuta, o Infante D. Henrique fixa-se em Sagres, na Vila do Infante, rodeia-se de mestres nas artes e ciências ligadas à navegação e cria uma Tercena Naval (tercena era um armazém de galés)1 2 (do árabe "dar as-sina'ah") a que é comum chamar-se Escola de Sagres.[carece de fontes] De facto, o que se criou não foi uma escola no moderno conceito da palavra, mas um local de reunião de mareantes e cientistas onde, aproveitando a ciência dos doutores e a prática de hábeis marinheiros, se desenvolveram novos métodos de navegar, desenharam cartas e adaptaram navios.
De acordo com os cronistas da época, largavam todos os anos dois ou três navios para as descobertas. O primeiro a mencionar a existência de uma escola foi o historiador inglês Samuel Purchas no século XVII, embora já antes Damião de Góis aludisse à ideia de uma Escola patrocinada pelo Infante. O mito foi depois consolidado por historiadores portugueses e ingleses.

Primeiros resultados

E surgem logo os primeiros resultados: Gonçalves Zarco atinge Porto Santo (1419) e a Ilha da Madeira (1420), Diogo de Silves a ilha açoreana de Santa Maria (1427) e só em 1434 Gil Eanes ultrapassa o cabo Bojador . Isso representa doze anos para avançar as duzentas milhas que separam o cabo Não do cabo Bojador.
A passagem do Bojador, o célebre Mar Tenebroso dos geógrafos árabes, seria temida pelos navegadores portugueses pela dificuldade do regresso, pois a rota inversa era contrária aos ventos dominantes, pelo que só era possível fazê-lo, navegando à vela, fazendo a volta pelo largo, mas para isso foram necessários os novos conhecimentos científicos que os portugueses desenvolveram no segundo quartel do século XV.
O navio empregue na exploração da costa africana era a caravela, usada primitivamente na faina da pesca e caracterizada pela sua robustez e pouco calado; com uma tonelagem que variou das 50 às 160 toneladas e armando 1, 2 ou 3 mastros com velas latinas triangulares, bolinava satisfatoriamente para a época.
A Escola de Sagres nunca foi uma entidade de fato. Suas origens remontam à Ordem dos Templários. Com a perseguição e massacre promovido contra seus membros, nos séculos XIII e XIV os remanescentes foram acolhidos por Portugal e fundaram os "cavaleiros de ordem de Cristo", da qual faz parte D. Henrique, filho do Rei português. Sob a sua bandeira obtinham proteção os judeus, árabes e outros intelectuais perseguidos pela inquisição européia, sendo que entre estes encontravam-se cartógrafos e navegadores de renome.

Era dos Descobrimentos

O sonho de alcançar o Oriente pelo mar ficou mais próximo quando o filho do rei D. João I, o infante D. Henrique, interessou-se pelo projeto. Embora nunca tivesse navegado, D. Henrique ficou conhecido como "o Navegador" por causa do apoio que deu à expansão marítima portuguesa. No cabo de São Vicente, na região do Algarve, acolhia estudiosos da Europa e de fora dela: cristãos, muçulmanos e judeus que se interessavam por navegação, mapas e construção de embarcações. Esse grupo ficou conhecido como Escola de Sagres e foi muito importante no aperfeiçoamento de instrumentos como o astrolábio e a balestilha (já usados pelos árabes), e na construção das caravelas.
No início do século XV a técnica da navegação em quase nada diferia da usada na antiguidade; navegava-se quase sempre à vista de costa utilizando remos ou ventos de feição e ao piloto cabia escolher a rota pelo conhecimento prático que tinha dos locais demandados, dos mares, das correntes e dos fundos navegáveis. Embora já se utilizassem a agulha de marear e a ampulheta, os instrumentos náuticos, as cartas e as observações astronómicas estavam longe de prestar quaisquer serviços, apenas no Oceano Índico os navegadores árabes utilizavam o Kamal para, na prática, manterem o navio sobre determinada latitude. E como o vento constituía a principal força motriz dos navios, era fundamental o conhecimento das áreas de ventos favoráveis.
Os descobrimentos portugueses do início do século XV não se limitaram à exploração científica e comercial do litoral africano; houve também viagens para o mar largo em busca de informações meteorológicas e oceanográficas que permitissem o regresso dos navios da costa africana por zonas de ventos mais favoráveis. Foi nestes trajectos que se descobriram os arquipélagos da Madeira e dos Açores, o Mar dos Sargaços ou Mar da Baga, e a volta da Mina ou seja, a rota oceânica de regresso de África. O conhecimento do regime de ventos e correntes do Atlântico Norte e a determinação da latitude por observações astronómicas a bordo, permitiu nova singradura no regresso de África, cruzando o Atlântico Central até à latitude dos Açores, onde os ventos de Oeste facilitavam o rumo directo para Lisboa, possibilitando assim que os portugueses se aventurassem cada vez para mais longe da costa.
Diogo Cão e Bartolomeu Dias são dois marcos desta época: o primeiro atinge a Foz do Zaire em 1482 e o segundo dobra o Cabo da Boa Esperança em 1487.
Como corolário destas viagens de exploração, Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para a Índia em 1497/1499.

Ver também

Notas

[a] ^ À semelhança de outros estudiosos, em 2008, o historiador brasileiro Fábio Pestana Ramos defendeu a ideia da não existência da Escola de Sagres, afirmando que não existem documentos de época que comprovem sua existência no livro.3 4

Referências

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