Última Parada 174 Última Parada 174 (Brasil/2008) | ||||||||||||||||||||||||||||||
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"Quem não tem nada a perder não sabe quando parar." | ||||||||||||||||||||||||||||||
Desde a tão aclamada Retomada do cinema nacional, os dramas sobre a violência urbana nas grandes cidades brasileiras têm sido centrais. “Cidade de Deus” definiu o gênero; o recente “Tropa de Elite” renovou mostrando um novo ponto de vista para a questão; e várias produções se acomodaram entre estes dois ícones da cinematografia recente. Muitas produções, apesar de não terem alcançado o prestígio daquelas supracitadas, trouxeram elementos novos ao gênero, mantendo a questão social e a criatividade do cinema brasileiro vivos. Este não é o caso de “Última Parada 174”. Perdido nesse gênero tão explorado, o filme de Bruno Barreto consegue ser surpreendente apenas em sua capacidade de ser absolutamente igual a todos os outros. Tudo bem que “Última Parada 174” tem seus méritos. Trata-se de algo mais que uma ficção, misturando elementos de uma realidade dolorosamente próxima ao remoer o chocante acontecimento do ônibus 174 e também da chacina da Candelária. Também ganha pontos ao adicionar elementos de ficção que constroem e aprofundam o jovem que tomou de refém uma linha de passageiros na zona sul do Rio. O elenco também foi bem escolhido, com Michel Gomes, o jovem da comunidade de Padre Miguel que interpreta Sandro, roubando a cena no filme (também merecem destaque as atrizes Anna Cotrim e Cris Vianna). Mas enquanto em “Última Parada 174” a ficção serve para enriquecer a história desta personagem, ela também serve como desculpa para um melodrama digno de novela das oito. E aí se encontra o grande problema do filme. Em especial ao mostrar a relação de Sandro com uma ONG que serve comida para os garotos da rua, a história se perde em lições de moral, segundas chances e a oportunidade de sair da vida de crimes e drogas. Pelo menos o filme evita o moralismo barato e tem a coragem de mostrar Sandro como um bandido viciado que toma a decisão de continuar na vida do crime mesmo com as oportunidades que lhe são oferecidas. Em “Última Parada 174” não é a sociedade que fez Sandro puxar a arma naquele ônibus, foi ele mesmo e o filme merece palmas por isso. Tecnicamente não há grandes destaques no filme de Barreto, que segue uma edição simples e sóbria. Um detalhe que chama a atenção foi o uso de câmeras de televisão para as filmagens externas na seqüência do seqüestro do ônibus, recriando as imagens vistas pelos brasileiros na televisão. Enfim, trata-se de um filme bem produzido, bem atuado, mas totalmente comum. Coço a cabeça tentando descobrir porque ele desbancou tantos trabalhos mais relevantes em nossa indicação ao Oscar 2009. |
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Última Parada 174
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