A RETIRADA DA LAGUNA DE VISCONDE DE TAUNAY: O RELATO DE VIAGEM COMO FONTE LITERÁRIA.
*Tatyane Ap.Vanini Macedo
Resumo:   Este artigo apresenta a obra literária de Visconde de Taunay,  como um   relato de viagem, apresentada durante a Guerra da Tríplice  Aliança   contra o Paraguai. Neste presente estudo procuro apresentar    sistematizando a experiência da viagem em um lugar desconhecido,    escrevendo uma nova imagem do Brasil e reafirmando essa escrita como    documento literário que cada viajante construiu através dessas viagens.
Palavra-chave: viajante, relato de viagem, imagem, Visconde de Taunay.
Abstract:   This article presents the literary work of Viscount Taunay as a    travelogue, presented during the War of the Triple Alliance against    Paraguay. In this study try to present systematizing the experience of    traveling in an unfamiliar place, writing a new image of Brazil and    reaffirming that writing as literary document that every traveler has    built through these trips.
Keywords: traveler, travel report, image, Viscount Taunay.
Partindo   do princípio da imagem do Brasil no relato de viagem através de  Pero   Vaz de Caminha com A Carta, que tornou-se a certidão de nascimento  do   Brasil, podemos perceber que esse relato tinha como interesse  atender   os interesses da Coroa e que Caminha tinha como propósito,  descrever  as  possibilidades de exploração. Sabe-se que a imagem do  Brasil foi   constituída a partir de imagens que os viajantes europeus  construíram,   através dos relatos de viagem, servindo de base para textos  que foram   escritos posteriormente.
Os testemunhos dos viajantes servem como   objeto de estudo e como aparato  crítico para compreender a história   através dos fatos registrados  através dos relatos de viagem e com isso   conseguimos estudar a evolução  da humanidade ao longo do tempo e   entender culturas diversificadas. O  único cuidado está sobre algumas   descrições que às vezes podem ser  fictícias ou então estar no modo de   ‘’ver’’ daquele viajante. Porém esse  modo de ver do viajante ajuda a   construir a imagem do outro do ponto de  vista que pode ser de fora como   do próprio meio. Portanto pode-se  considerar que a literatura de   viagem pode ser com uma reescrita do  real, só que com um foco nos   contextos sociais e econômicos de cada  época. Portanto, os relatos são   os resultados de um estudo minucioso dos  lugares em que os viajantes   passam e é através dessas descrições que  podemos analisar como eram   feitas as explorações dos espaços  desconhecidos.                                                                                   
Podemos   analisar então, a perspectiva de Taunay em A Retirada da Laguna,  onde   se pode notar suas ações como cumpridor de uma tarefa militar que  expôs   sua idéia ao participar da campanha contra o Paraguai. Taunay   observou  o outro em um espaço desconhecido ‘’o sertão de Mato Grosso’’,  e   através dessa observação passou um conceito diferente do que era o    Brasil no século XIX. O viajante Taunay, embora não seguisse um  roteiro   organizado da viagem, observa de fora, relata a realidade.  Desta forma   constrói imagens fortes dos fatos vividos. Toda a imagem  construída   antes desse fato vivido por Taunay tem apenas a visão do  Brasil   litorâneo, caracterizado pela presença da Corte naquele local e  através   do relato ele consegue observar aspectos ainda não explorados  e   totalmente desconhecidos e usa da sua descrição com objetivo de    informar.
Segundo Ilka Boaventura, ‘’ os relatos de viagem ao Brasil,   enquanto  fontes de informação permitem leituras inesgotáveis. É   possível extrair  delas inúmeras informações e impressões (op., cit.,   p.13). Em A Retirada  da Laguna propus trabalhar o relato sistematizando   a experiência da  viagem em um lugar desconhecido, escrevendo uma nova   imagem do Brasil e  reafirmando essa escrita como documento literário   que cada viajante  construiu através dessas viagens.
Com Taunay em A   Retirada da Laguna, vemos um ideal além dos aspectos  científicos ou   geográficos, que visava completar a história da  nacionalidade   brasileira. Vemos a experiência de uma viagem dentro de um    acontecimento histórico em um lugar inexplorado, que é o sertão de Mato    Grosso e é dentro desse lugar desconhecido que ocorrem as provações  que   dificultaram a batalha e marcam sua obra.
A palavra sertão na  obra  de Taunay é usada invariavelmente para nomear a  região quase  despovoada  e inculta que ele percorreu desde Uberaba até a  fronteira  com o  Paraguai, abrangendo, portanto, o sul das províncias de  Goiás e  Mato  Grosso. Essa região segundo Taunay, exibe duas  características   contrastantes: é às vezes ‘’esplendorosa’’, outras  ‘’inóspita’’
O   Sertão Mato-Grossense aparece em sua obra como cenário por onde  ocorreu   um fato histórico, (Guerra da Tríplice Aliança contra o  Paraguai) e é   através  desse sertão que Taunay mostra a possível busca  pelo   desconhecido e o que se pode encontrar nem sempre é o que se  imagina.
O   relato de Taunay tem uma imagem forte e bem nítida do realmente se    passou, o leitor se prense a cada linha, pois as provações vividas pelo    corpo de exército foram bem marcantes e ele relata com o intuito de  não   esconder nada, não esquecendo que a obra é um relato misto do  oficial   com ficcional.
‘’Neste livro, escrito originalmente em  francês,  Visconde de Taunay  (1843-1899) narra um episódio da Guerra do  Paraguai,  considerada a mais  sangrenta da América do Sul. Seu tema  são os  sofrimentos e a derrota de  uma pequena coluna brasileira,  enviada ai  sul de Mato Grosso para  repelir dali o inimigo. Sem  munição, cavalos e  víveres, ela ousou uma  incursão ao território  paraguaio, mas foi logo  obrigada a retroceder,  enfrentando todo tipo  de obstáculo- o maior  deles, uma epidemia de  cólera. Para sobreviver,  os soldados válidos  abandonaram à espada  inimiga os companheiros  doentes, que eles já não  podiam transportar. Dos  1680 homens que  invadiram o Paraguai, apenas  700 voltaram vivos para o  Brasil. Ao  narrar num estilo singelo o  fracasso dessa expedição militar,  Taunay  nos leva a refletir sobre  questões como heroísmo, honra e dever.
Essa  nota introdutória de  Sérgio Medeiros, 1997 da obra A Retirada da   Laguna, nos indaga a  pensar sobre as questões de heroísmo, honra e   dever, pois o que levam  homens a guerra com o intuito de lutar   arriscando a vida? O sentimento  patriota é aquele que é capaz de morrer   pelo país, em busca de mudanças  que possam transformar esse país em  um  lugar melhor.
A guerra tem  um sentimento próprio, uma vida que  se propaga a cada  míssel lançado e a  cada corpo esparramado ao chão.  Os homens se tornam  bichos e se  sujeitam a todos os tipos de riscos  entre o maior de todos é  dar a  própria vida, Segundo o poeta e  tradutor alemão 1Hans Magnus   Enzensberger, ‘’ Os animais lutam, mas  não fazem guerra. O homem é o   único primata que planeja o extermínio  dentro de sua própria espécie e o   executa entusiasticamente e em  grandes dimensões, a guerra é   provavelmente uma conquista posterior.  ’’ Na Retirada, Taunay trás a   tentativa de algum acordo, mostra que o  Brasil na sua oportunidade   tentou negociar com os paraguaios, porém  não teve uma boa resposta,   apenas o insulto do Paraguai.
Veremos a carta que o Brasil enviou aos paraguaios com o intuito de um acordo.
Aos Paraguaios:
A   Expedição brasileira interpela-vos como amigos. Nosso objetivo não é    levar a devastação, a miséria e as lágrimas ai vosso território. A    invasão tanto do norte como di sul e de vossa república tem como único    intuito reagir contra uma injusta agressão de nacionalidade. Será    oportuno que um de vossos oficiais venha conversar conosco. Ele poderá    retirar-se quando lhe for conveniente: bastará simplesmente manifestar    tal desejo. O comandante da expedição compromete-se, por sua honra e    pela santa religião que os dois povos professam, a garantir a segurança    do homem generoso que depositar em nós esta confiança. Disparamos  tiros   de canhão como inimigos, agora desejamos tratar-vos como  possíveis   amigos. Apresentai-vos com a bandeira branca na mão e sereis  recebidos   com todas as atenções que as nações civilizadas embora em  guerra,   devem-se mutuamente. (TAUNAY, op., cit.,p.102)
A  possível chance  de um acordo de paz com o país vizinho só poderia   funcionar se os  mesmos tivessem o objetivo do mesmo acordo. O Brasil   mostra em seu  discurso o seu comprometimento com tal acordo baseados no   código de  honra como um sentimento humano, uma qualidade moral dos  quais  os  brasileiros demonstram ter em seu discurso, pois a  argumentação deve   ter recursos dos quais visa comover, persuadir ou  convencer, que não   foi aceito pelos paraguaios que os envia uma  resposta e um insulto a   expedição brasileira, dizendo assim:
Ao comandante da expedição brasileira:
Os   oficiais das tropas paraguaias estão sempre prontos para as    comunicações que se lhes quiserem fazer; mas, no estado de guerra    declarada que existe entre o império e a República, só poderemos    tratar-vos com a espada desembainhada. Vossos tiros de canhão não nos    atingem, e quando nos chegar a ordem para responder ao ultraje, há no    Paraguai terreno ainda para as manobras do exército republicano.
Avança crânio pelado:
Vem procurar a própria cova
O general desafortunado.
E haviam acrescentado:
Acreditam   os brasileiros que estão em Conceição para as festas. Os  nossos os   receberão ali com baionetas e chumbo. .(TAUNAY, op., cit.  p.103)
O   discurso paraguaio funciona como uma violência verbal em que o  agressor   se utiliza de palavras para agredir o outro, que foi  desencadeada  como  conseqüência do fato ocorrido, então a literatura  convida a uma   análise que permite debater sobre o tema enfocado que nos  dá a   possibilidade de imaginar os motivos de tais manifestações, como a  do   acordo em nome da honra e da religião proposta pelo lado brasileiro e    da rejeição e desafio que os paraguaios demonstraram para com o Brasil.
O   primeiro momento pode parecer assustador, a guerra em si é    terrivelmente assustadora, e‘’vendo’’ isso através dos ‘’olhos’’ de    Taunay, podemos ter uma vasta idéia do que realmente acontece nos    bastidores de uma guerra. Esse confronto entre países ou regiões do    mesmo país, é sempre ligado a uma disputa política, religiosa, expansão    territorial, inveja, vontade de vingança ou até mesmo mostrar que um    país é melhor que o outro.
Em seu relato Taunay reuniu as possíveis   provações vividas e  anteriormente como foi posto até um acordo de paz   surgiu, mas não obteve  sucesso. Com isso o homem passa por situações   diversas.
Dentre os inimigos paraguaios e todo aquele território   desconhecido que  os fizeram reféns, não foram às únicas dificuldades.   As mudanças  climáticas e também esteve presente e dificultou muito a   disposição dos  soldados.
A causa do atraso foi uma horrível   tempestade que caiu naquela mesma  noite, às nove horas. As torrentes de   chuva logo transformaram o solo em  pântanos lamacentos. Estes   fenômenos terríveis não são raros no  Paraguai, mas até então nada   havíamos presenciado nada parecido. Os  relâmpagos que se cruzavam sem   cessar, os raios que caíam de todos os  lados, o vento furioso que   arrancavam tendas e barracas, compunham um  caos de horrores a que se   mesclavam de vez enquanto os tiros de fuzil de  nossas sentinelas contra   os diabólicos inimigos que não deixavam,mesmo  naquele momento, de nos   assediar: noite interminável em que para nós  tudo era imagem de   destruição. À mercê de todas as cóleras da natureza,  sem abrigo nem   refúgios, os soldados seminus, escorrendo água, imersos  até a cintura   em correntes capazes de arrastá-los, ainda que se  preocupavam em não   deixar molhar os cartuchos. A manhã encontrou-nos  nesta   situação.(TAUNAY, op., cit. p.113)
A situação pelo qual se passava a   tropa era um tanto aflitiva ou penosa,  os fatores naturais passaram a   ser mais um inimigo constante, mas o  sentimento de amor a pátria de   homens que procura servi-la cresce no  peito como se fosse uma doença   que domina a mente e coração dos quais  esses homens só saem dali,   mortos.
A Retirada da Laguna mostra ao leitor todas essas provações e   até onde  foram os homens, que só pararam de lutar porque estavam   ‘’mortos’’. Foi  uma guerra que no meu ponto de vista, não teve derrota,   ambos lutaram  bravamente, cada um vestiu a farda e defendeu com honra   os deveres  propostos por ambos os países, que era o dever de defender   cada um a sua  pátria.
Outro ponto de provação na obra que chama   muito atenção é a fome e as  doenças, que foram os grandes causadores de   mortes durante a guerra,  além dos canhões, das armas, do território   desconhecido. (imagine se não  houvesse com os soldados brasileiros o   Guia Lopes)
Um espetáculo repulsivo revelou-nos, neste lugar, o   quanto era medonha a  fome de nossos soldados. Ia-se abater um boi   estafado, quase moribundo:  ao redor do infeliz animal um círculo já se   formara cada qual  aguardando com ansiedade jatos de sangue, alguns  para  recolhê-lo numa  vasilha e levá-lo, outros para bebê-lo ali mesmo,  e,  no momento  oportuno, todos se lançaram a um só tempo, os mais  distantes  disputando  com os mais próximos. Isto sucedia todos os dias.  O  açougueiro mal tinha  tempo para cortar o animal e de certo modo já  era  preciso arrancar-lhes  os pedaços das mãos para levá-los ao local  da  distribuição. Os restos,  as vísceras, o próprio couro, tudo era   despedaçado no ato e prontamente  devorado, mal assado ou mal cozido:   refeição odiosa que não podia deixar  de dar origem a algumas epidemias.   .(TAUNAY, op., cit. p.185)
A própria palavra guerra pode ser   considerada como uma doença que surge  rapidamente, que começa e termina   de uma forma devastadora, a guerra  quando não mata a pessoa, deixam   seqüelas graves, a guerra é uma  experiência desumana que destrói   lugares, famílias e cria um sentimento  de ódio entre as pessoas.
A   cólera foi uma das doenças nos dois sentidos da palavra que mais    perseguiu e fizeram que muitos soldados ficassem para trás, pois os    outros não tinham condições de seguir com dos doentes. A cólera agia    como a própria doença em si, que é uma infecção contagiosa causada por    água ou alimentos contaminados pela bactéria Cholerae, que causa  vômitos   e diarréias desidratando a pessoa e levando-a a morte.
‘’A  cólera,  entretanto, longe de diminuir, atacava-nos com redobra   violência,  aumentava o número de doentes, e temíamos que, quando o rio   baixasse a  podendo dar vau, não nos restasse outra alternativa senão   abandonar um  segundo grupo de moribundos à mercê do inimigo   impiedoso....(TAUNAY,  op., cit. p.221)
A cólera também teve o  impulso violento de ir contra  o inimigo, cólera  no sentido de raiva,  fúria e indignação e apesar de  tanta zanga houve  momentos de pena para  com dos doentes que ficaram  para trás e que  poderiam cair em mãos  inimigas, daí surge o sentimento  de compaixão  pelos amigos de farda  que honram até o último momento a  obrigação moral  determinada pela  pátria-mãe.
Deixamos ao inimigo  mais de 130 coléricos, com a  proteção de um mero  apelo à sua  generosidade, por meio destas palavras  traçadas em letras  graúdas num  cartaz fixado a um tronco: ‘’Compaixão  para os  coléricos!’’(TAUNAY,  op., cit. p.210, grifo meu)
Todo esse  relato de Taunay e as provações  vividas pelo corpo de exército   brasileiro no sertão de Mato Grosso  possibilitam rever fatos que se   transformam em acontecimentos da  memória nacional, tomados por lugar de   significação e do  estabelecimento da identidade nacional.
Observo  em A Retirada da  Laguna, a busca pelo sentido de amor à pátria e  toda a  construção de  imagem de um Brasil interior que se queria mais   conhecido para os  propósitos imperiais.
Ao estudar as impressões de  sertão de uma  região desconhecida e quase  despovoada, como foi  relatada, percebe-se  que o sertão pode ser muito  mais do que uma  região sem vida e distante.  Para Taunay o sertão de Mato  Grosso,  desconhecido por estar longe dos  domínios da Corte, tinha duas   impressões: de esplendor e de dor. De um  lado, o maravilhamento pela   beleza plástica que conseguiu gravar em  suas descrições e narrativas;   por outro, a destruição e a morte de um  grupo de jovens levados pelo   sentimento pátrio e pela necessidade de  demonstrar o valor humano mais   caro no momento de construção da idéia  de Nação. Para demonstrar essa   ambigüidade de sentimentos, Taunay cria  tipos ficcionais com base na   observação atenta, na anotação e na  capacidade de gravar na memória a   experiência vivida. Mostra o  sertanejo como um homem forte e com   pensamento rápido, sem deixar  aquela característica de homem ignorante e   rude. Desta forma, embora  não totalmente, procura imprimir certo   afastamento do estereótipo que  historicamente, marcou a literatura dita   ‘regional’. Por isso, sua  literatura contribui para criar novas  formas  de pensar o interior do  Brasil, fornecendo material para  compreensão do  local e da cultura dos  povos a partir de outras  perspectivas.
No relato, Taunay traduz os  princípios de heroísmo a  partir das  provações vividas pelos homens  durante a guerra. A Retirada  da Laguna  representa para o leitor a  capacidade de superação do  brasileiro que só  sucumbe com a morte.  Assim, observam-se também os  discursos que mostram  como cada país se  comporta diante de tal fato.
Dessa  forma, conclui-se que o estudo  realizado sobre a obra, é uma forma  de  refletir sobre o diário de  viagem como fonte literária. Os registros   das experiências vivenciais  contribuem para pensar a forma como se   construíram imagens de um Brasil  desconhecido e a possibilidade que tal   obra nos dá de compreender  sentimentos de amor à pátria e seus   desdobramentos, que são  fundamentais para re-conhecer os processos   identitários nacionais.
* Graduada em Letras pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), campus universitário de Cáceres, Jane Vanini.
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WEBGRAFIA:
1www .wikipedia.org/wiki/Guerra
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- Falta de Pesquisa
 
Retirada da Laguna
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
| Retirada da Laguna | |||||||
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança | |||||||
Monumento aos Heróis de Laguna e Dourados, Rio de Janeiro.  |  |||||||
  |  |||||||
| Combatentes | |||||||
| Paraguai | Tríplice Aliança | ||||||
| Comandantes | |||||||
| Cap. Urbieta | Cnel. Camisao | ||||||
| Forças | |||||||
| Cavalaria Paraguaia | 3500 | ||||||
| Baixas | |||||||
| N/D | 2800 | ||||||
  |  |||||||
A chamada Retirada da Laguna foi um episódio da Guerra da Tríplice Aliança (1864 - 1870) imortalizado na literatura pela pena de um de seus protagonistas, o futuro visconde de Taunay.
Após a apreensão da Canhoneira Amambaí da Marinha do Brasil, no rio Paraguai, e da invasão da então Província do Mato Grosso    pelas forças do Exército Paraguaio em dezembro de 1864, declarada a    guerra, uma das primeiras reações brasileiras foi a de enviar um    contingente militar terrestre para combater os invasores em Mato Grosso.
Desse modo, em abril de 1865, uma coluna partiu do Rio de Janeiro, sob o comando do coronel Manuel Pedro Drago, recebendo reforços em Uberaba, na então Província de Minas Gerais, percorrendo mais de dois mil quilômetros por terra até alcançar Coxim, na Província do Mato Grosso, em dezembro desse mesmo ano, que encontrou abandonada.
Em janeiro de 1867, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da coluna, então reduzida a 1.680 homens, e decidiu invadir o território paraguaio, onde penetrou até Laguna, em abril. Por demais distante das linhas brasileiras, e sem víveres para o sustento da tropa, afetada pela cólera, o tifo, e pelo beribéri, a coluna do Exército Brasileiro foi forçada a retirar sob os constantes ataques da cavalaria paraguaia, que utilizou táticas de guerrilha, infligindo perdas severas aos brasileiros.
De um efetivo de cerca de 3.000 homens, retornaram às linhas brasileiras em Coxim, em junho de 1868 apenas 700 homens, alquebrados pela doença e pela fome.
[editar] Bibliografia
- TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. A Retirada da Laguna. s.l.: Edições Melhoramentos, s.d..
 

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