A questão a seguir baseia-se no texto abaixo.
Em 2008, Nicholas Carr assinou, na
revista The Atlantic, o polêmico artigo "Estará o Google nos
tornando estúpidos?" O texto ganhou a capa da revista e, desde sua
publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu website. O autor nos brinda
agora com The Shallows: What the internet is doing with our brains,
um livro instrutivo e provocativo, que dosa linguagem fluida com a melhor
tradição dos livros de disseminação científica.
Novas tecnologias costumam provocar
incerteza e medo. As reações mais estridentes nem sempre têm fundamentos
científicos. Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros fundamentos
científicos deveriam, sim, provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em
dezenas de estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui
que a internet está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base
do que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a
sentimentos como compaixão e piedade.
O frenesi hipertextual da internet, com
seus múltiplos e incessantes estímulos, adestra nossa habilidade de tomar
pequenas decisões. Saltamos textos e imagens, traçando um caminho errático
pelas páginas eletrônicas. No entanto, esse ganho se dá à custa da perda da
capacidade de alimentar nossa memória de longa duração e estabelecer
raciocínios mais sofisticados. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós,
depois de anos de exposição à internet, agora experimentam diante de textos
mais longos e elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base
em estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segundo o
autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que promove uma
leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado superficial."
A internet converteu-se em uma
ferramenta poderosa para a transformação do nosso cérebro e, quanto mais a
utilizamos, estimulados pela carga gigantesca de informações, imersos no mundo
virtual, mais nossas mentes são afetadas. E não se trata apenas de pequenas
alterações, mas de mudanças substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão
da atenção vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão.
(Thomaz Wood Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com
adaptações)
(MP/RS – 2010 – FCC) 12 - O segmento inteiramente denotativo
é:
(A) O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet
is doing with our brains, (...) que dosa linguagem fluida com a
melhor tradição dos livros de disseminação cientifica.
(B) Carr mergulha em dezenas de estudos científicos sobre o
funcionamento do cérebro humano.
(C) ... esse ganho se dá à custa de alimentar nossa memória de longa
duração e estabelecer raciocínios mais sofisticados.
(D) Conclui que a internet está provocando danos em partes do cérebro
...
(E) Saltamos textos e imagens, traçando um caminho errático pelas
páginas eletrônicas.
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