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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Saudosismo - DEU SAUDADES...

Saudade 

30 DE JANEIRO - DIA DA SAUDADE

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular. "Saudade", só conhecida em galego e português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".
No Brasil, o dia da saudade é comemorado oficialmente em 30 de janeiro.[1][2]


Saudade (1899), por Almeida Júnior.

Índice

Origem

Diz a lenda que o termo foi cunhado na época dos Descobrimentos portugueses e do Brasil colônia, quando esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações. Provém do latim "solitáte", solidão.
Uma visão mais especifista aponta que o termo saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica à esperar o retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutriria nostalgia. A gênese do vocábulo está directamente ligada à tradição marítima lusitana.

Etimologia

A origem etimológica das formas atuais "solidão", mais corrente e "solitude", forma poética, é o latim "solitudine" declinação de "solitudo, solitudinis", qualidade de "solus". Já os vocábulos "saúde, saudar, saudação, salutar, saludar" proveem da família "salute, salutatione, salutare", por vezes, dependendo do contexto, sinônimos de "salvar, salva, salvação" oriundos de "salvare, salvatione".
Na formação do termo "saudade", o vocábulo sofreu uma interfluência entre o estado de estar só, sentir-se solitário - oriundo de "solitarius" que por sua vez advem de "solitas, solitatis", possuidora da forma declinada "solitate" e suas variações luso-arcaicas como suidade - e a associação com o ato de receber e acalentar este sentimento traduzido com os termos oriundos de "salute e salutare", que na transição do latim para o português sofrem uma síncope e perde a letra interna l, simplesmente abandonada, enquanto o t não desaparece, mas passa a ser sonorizado como um d.
No caso das formas verbais, existe a apócope do e final. O termo saudade acabou por gerar derivados como a qualidade do "saudosismo" e seu adjetivo "saudosista" - apegado a ideias, usos, costumes passados, ou até mesmo aos princípios de um regime político decaído, e o termo adjetivo de forte carga semântica emocional, "saudoso" - que é aquele que produz o sentimento de saudade, podendo ser utilizado para entes falecidos, ou para substantivos abstratos como em "os saudosos tempos da mocidade", ou, ainda, não referente ao produtor, mas aquele que sente e que dá mostras de saudades.

Saudade e razão

A saudade é típica dos mamíferos sociais: ocorre entre semelhantes, como em tantos primatas, como na afeição dedicada ao homem no caso do cão. A saudade sugere a observação do conhecimento fundado na "imitação do outro" (como no caso do pássaro que transmite melodias de uma geração para outra com fidelidade) e está "... permanentemente sob a ação de vozes internas, impregnados de palavras, constantemente submetidos a discursos mentais cuja textura linguística é impressa por nossos pais quando aprendemos a falar".[3]
A distância, ou afastamento de quem se ama pode provocar efeitos psicológicos no organismo e desencadear reações que vão da sensação de angústia até o desenvolvimento de um quadro depressivo.[4]
Em 2009, estudos e experiências de separação em animais e humanos exibiram resultados que "indicam uma ligação específica entre separação e aumento do cortisol" e sugerem a possibilidade de desenvolver-se uma droga que promova o bloqueio do hormônio causador da saudade e ajude as pessoas durante a separação ou ausência do objeto de amor.[4]

Mais

Recentemente, uma pesquisa entre tradutores britânicos apontou a palavra "saudade" como a sétima palavra de mais difícil tradução[5].
Pode-se sentir saudade de muita coisa:
  • de alguém falecido.
  • de alguém que amamos e está longe ou ausente.
  • de um amigo querido.
  • de alguém ou algo que não vemos há imenso tempo.
  • de alguém com quem não conversamos há muito tempo.
  • de sítios (lugares).
  • de alguém conhecido ou um colega.
  • de comida.
  • de uma música.
  • de situações.
  • de um amor.
  • de se fazer algo que há muito não se faz.
  • do tempo que passou...
A expressão "matar a saudade" (ou "matar saudades") é usada para designar o desaparecimento (mesmo temporário) desse sentimento. É possível "matar a saudade" relembrando, vendo fotos ou vídeos antigos, conversando sobre o assunto, reencontrando a pessoa que estava longe etc. "Mandar saudades", por exemplo no sul de Portugal, significa o mesmo que mandar cumprimentos.
A saudade pode gerar sentimento de angústia, nostalgia e tristeza, e quando "matamos a saudade" geralmente sentimos alegria.
A saudade pode vir de várias formas, muitas vezes sentimos saudades de pessoas que nem conhecemos pessoalmente, mas que são essenciais pra nossa vida! Dedicado ao Meu Amor que tem sido motivo de saudade todos os meus dias: Mundola Cavalcante' (Soares, Geniane 2012)
Em Portugal, o Fado, oriundo do latim "fatum", destino, está directamente associado com este sentimento. Do mesmo modo, a sodade cabo-verdiana está intimamente ligada ao género musical da morna. No Brasil, esse sentimento está muito retratado no samba de fossa e na bossa nova.
Em galego, além do termo saudade, existe o próximo "morrinha", que em português é associado à doença animal.

Em botânica

Em botânica, "saudade" é o nome vulgar de várias plantas da família das Dipsacáceas e das Compostas, como as saudades-brancas, que aparecem nos campos e nas vinhas do Sul de Portugal, e é também conhecida por suspiros-brancos-do-monte, as saudades-perpétuas, cultivadas no Sul de Portugal e as saudades-roxas (plantas da família das Dipsacáceas, que aparecem nos terrenos secos e pedregosos, também conhecidas por suspiros-roxos).

Referências

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Significado de Saudosismo

s.m. Valorização demasiada do passado. Movimento literário essencialmente poético, desenvolvido em Portugal no primeiro quartel do séc. XX. Seu mentor foi Teixeira de Pascoais, segundo o qual a saudade constitui o traço definidor da alma portuguesa.

Substantivo

Singular Plural
Masculino saudosismo saudosismos
sau.do.sis.mo
  1. afeto ao passado
  2. louvor ou apologia ao passado

Sinônimo

Etimologia

(Morfologia) saudoso + -ismo.
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Saudosismo foi um movimento estético ocorrido em Portugal no primeiro quartel do século XX, de que foi mentor Teixeira de Pascoaes. Intimamente ligado à revista A Águia, órgão da Renascença Portuguesa, congregou intelectuais como Jaime Cortesão, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio e, pela sua vertente de sebastianismo messiânico, Fernando Pessoa.
O saudosismo consubstancia uma atitude humana perante o mundo que tem como base a saudade, considerada por Pascoaes o grande traço espiritual definidor da alma portuguesa[1]: — o que, segundo o poeta, é testemunhado pela literatura portuguesa ao longo dos séculos. No entanto, mais do que sentimento individual, a saudade é elevada a um plano místico (relação do Homem com Deus e com o mundo, ânsia nostálgica da unidade do material e do espiritual) e corresponde a uma doutrina política e social.
Surgido no clima mental nacionalista, tradicionalista e neo-romântico de inícios do século, o saudosismo pretendia, tomando a saudade como princípio dinâmico e renovador (de forma algo obscura) levar a cabo, pela acção cultural, a regeneração do país. Seria, de acordo com o seu teorizador, a primeira corrente autenticamente portuguesa. Ligado a uma expectativa messiânica e profética, o saudosismo acabou por dar azo ao afastamento de alguns dos seus adeptos — como António Sérgio, que não reconhecia no seu passadismo capacidade de renovação, ou até Fernando Pessoa, que, embora partilhando este elemento messiânico, acabou por preferir o projecto cosmopolita e revolucionário da Revista Orpheu.
O saudosismo, embora tenha desaparecido como corrente literária e espiritual, mantém ainda ecos na obra de alguns escritores e pensadores ligados à análise do carácter nacional e dos seus traços definidores.

Teixeira de Pascoais com o seu conterrâneo, o pintor António Carneiro, autor do ex-libris da Renascença Portuguesa.

Referências

  1. "Elegia do amor", v. 76/77 em Vida etérea, 1906

Bibliografia

  • Fernando Pessoa: A nova poesia portuguesa. Inquérito, Lisboa 1944, p. 51, 73.
  • Jacinto do Prado Coelho: Prefácio a "Teixeira de Pascoaes, Obras Completas". Volume I. Bertrand, Lisboa 1965.
  • Georg Rudolf Lind: Teoria poética de Fernando Pessoa. Inova, Porto 1970.
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