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Os
termos acessórios da oração são aqueles considerados
dispensáveis, porém necessários, em alguns contextos, para o entendimento daquilo que é enunciado.
[1]
Além de serem termos de função secundária, os termos acessórios são
responsáveis por caracterizar um ser, determinar os substantivos e
exprimir alguma circunstância.
[2] Os termos acessórios são o
adjunto adnominal, o
adjunto adverbial e o
aposto. Apesar de o
vocativo ser um termo independente, ele está presente neste artigo.
Vamos resumir tudo:
Adjunto adnominal O adjunto adnominal é o termo que determina ,
especifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui função
adjetivana oração,a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções
adjetivas, artigos,pronomes adjetivos e numerais adjetivos. Veja o
exemplo: O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de
infância. No exemplo,os substantivos poeta, trabalho e amigo são
núcleos, respectivamente, do sujeito, do objeto direto e indireto. Ao
redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais :
Do sujeito: o artigo “o”e o adjetivo “ inovador” referem-se ao poeta.
Do objeto direto: o numeral “ dois” e o adjetivo “longos” referem-se ao
substantivo “trabalho”. Do objeto indireto: o artigo “o” (em ao), o
pronome adjetivo “seu” e a locução adjetiva “de infancia” são adjuntos
adnominais de “amigo”. → Observe como os adjuntos adnominais se prendem
diretamente ao substantivo e que se referem, sem qualquer participação
do verbo. →Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos
adnominais e não há preposição ligando os termos.
Adjunto adnominal
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo.
[2] As classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são
adjetivos,
locuções adjetivas,
pronomes,
numerais e
artigos.
[3]
Ele é uma expressão que acompanha um ou mais nomes, conferindo-lhe um
atributo. Trata-se, portanto, de um termo de valor adjetivo que
modificará o nome a que se refere.
[3] Alguns exemplos:
- No desfile, duas meninas vestiam calças e camisetas verdes.
- O jogo de futebol foi suspenso até segunda ordem.
- O espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.
- O passeio era demorado e filosófico.
- Nosso velho mestre sempre nos voltava à mente.
- O menino comprou dois carros.
- O primeiro amor nunca se esquece.
Confusão com predicativo
É importante notar que o adjunto adnominal pode estar em qualquer
parte da oração e dá uma característica permanente ao substantivo. Já o
predicativo só se encontra no predicado, e dá uma característica
momentânea ao substantivo. Podemos diferenciar um do outro substituindo a
estrutura sintática por -o, -os, -a, -as. Veja os exemplos:
- Busquei o caderno velho. Busquei-o.
Note que a estrutura
o caderno velho pode ser substituída por -o. Isso caracteriza o adjunto adnominal.
- Considero sua decisão triste. Considero-a triste
Note que a estrutura
sua decisão triste não pode ser
substituída inteiramente, caracterizando o predicativo, que nesse caso é
o predicativo do objeto, pois se refere ao substantivo
decisão.
Confusão com complemento nominal
É comum as pessoas fazerem confusão ao tentar classificar essas
estruturas sintáticas. Uma dica é: sempre notar que o adjunto adnominal
só trabalha para o
substantivo
(concreto ou abstrato), enquanto o complemento nominal pode trabalhar
para o substantivo abstrato, adjetivo e advérbio. Quando uma estrutura
que se está em dúvida quanto sua classificação estiver trabalhando para
um adjetivo ou advérbio, certamente será complemento nominal. Quando a
estrutura estiver relacionada a um substantivo, basta olhar se este
substantivo "existe" sem o auxílio de um complemento. Se existir, a
estrutura é classificada como adjunto adnominal, se não, complemento
nominal. Vejamos exemplos:
- necessidade de atenção – note que necessidade não "existe" sem o complemento de "de atenção". Isso caracteriza o complemento nominal;
- chuva fria – note que chuva "existe" sem complemento, fria pode ser retirado, sem alterar o significado do substantivo. Isso caracteriza o adjunto adnominal.
Apesar disso, ainda é comum de se confundir complemento nominal com
adjunto adnominal. Existem outras técnicas para detectar cada
classificação:
1) O complemento nominal representa o alvo da ação expressa por um nome. Observe os exemplos: a eleição
do presidente, aviso
de perigo, declaração
de guerra, empréstimo
de dinheiro,
etc. Todos esses termos em itálico são "alvos" dos substantivos, então
são complementos nominais. Já os adjuntos adnominais representam o
agente de uma ação, ou atribuem uma determinada qualidade. Observe os
exemplos: presente
de rei (atribui uma qualidade), livro
do mestre (posse), casa
de ensino (finalidade), etc.
[2]
2) Um adjunto adnominal jamais modificará um adjetivo ou um advérbio. Nesse caso, sempre teremos um complemento nominal.
3) Certos substantivos
exigem um complemento (como fora dito acima) como:
fato, boato, necessidade, etc.
4) Lembre-se que todo complemento nominal vem com uma preposição, já o
adjunto pode vir ou não vir com preposições. Exemplo: água
fresca, terras
férteis,
nosso tio, etc.
[2]
Adjunto adverbial
O
adjunto adverbial é um termo acessório da oração que obrigatoriamente exprime valor circunstancial, podendo modificar um
verbo, um
adjetivo, ou um
advérbio. Pode vir preposicionado ou não.
Exemplo 1: Choverá
amanhã - Adjunto Adverbial de
tempo.
O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto
adverbial, modificando um verbo intransitivo, de sentido pleno, que no
caso é o verbo "chover". Já numa
análise morfológica, o termo
amanhã passa a ser categorizado como um
advérbio composto pela própria palavra, ou seja, os adjuntos adverbiais têm que ter obrigatoriamente um advérbio.
Exemplo 2: Divórcio
tão profundo - Adjunto Adverbial de
intensidade.intimidade constante
O termo grifado, neste caso, modifica o adjetivo
profundo
Exemplo 3: Planejamento
tão satisfatoriamente estabelecido - Adjunto Adverbial de
intensidade.
O termo grifado, neste caso, modifica o advérbio
satisfatoriamente
Classificação dos adjuntos adverbiais:
- Assunto;
- Concessão (todavia, contudo, se bem que, muito embora, apesar disso; Ex. É bastante pitoresca, embora austera);
- Matéria (de, a partir de; Ex. Tão sólidas como rocha, as portas são feitas de platina);
- Meio (por, a, entre, etc.; Ex. Conseguiremos fugir pelos túneis);
- Lugar (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto, em casa, no cinema; Ex: Fomos ao cinema);
- Tempo (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora; Ex: Amanhã, sairemos cedo.);
- Modo (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em mente; Ex: Ela não está bem);
- Intensidade (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente; Ex: Ele estudou muito);
- Dúvida (talvez, acaso, provavelmente; Ex: Talvez eu vá com você);
- Causa (Ex: As pessoas não saíram de casa, porque estava frio);
- Finalidade (Ex: Estudava para a prova);
- Instrumento (Ex: Feriu-se com a faca);
- Companhia (Ex: Saiu com os amigos);
- Afirmação (Sim, certamente, realmente; Ex: Certamente sairemos hoje);
- Negação (não, nunca, jamais; Ex: Nunca menospreze seus amigos);
- Fenômeno da Natureza ( Tsunami, Furacão, Terremoto; Ex: A cidade foi atingida por um furacão);
- Paladar ( azedo, amargo, doce; Ex: O frango estava amargo);
- Sentimento ( Triste, apaixonado, carinhoso; Ex: Manuel andava triste).
Aposto
Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o
adjunto adnominal,
mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo,
aparecendo de forma isolada, ora entre vírgulas, ora separado por uma
única vírgula no início ou no final de uma oração ou ainda por dois
pontos.
Existem sete tipos de aposto: O aposto explicativo, o aposto
enumerativo, o aposto especificativo, o aposto distributivo, aposto
oracional, aposto comparativo e o aposto recapitulativo (resumidor). Na
norma culta é permitido utilizar qualquer um dos apostos também entre
parênteses ou entre dois
travessões e outros tipos de adjunto. Exemplo:
Aposto explicativo
É aquele que explica o termo do estudado. É acompanhado por vírgulas. Exemplo:
- Hagar, o terrível.
- Helena, a menina que encontramos, estava triste.
- A morte, angústia de quem vive, ocorre ao acaso.
- ECA ( estatuto da criança e do adolescente).
Aposto enumerativo
É aquele utilizado para enumerar dados relacionados ao termo fundamental.
Exemplo:
- Mario possui quatro filhas: Janaína, Vitória, Bruna e Karine.
- Tenho três amigos: José, Marcos e André.
- A pesquisa analisou dois grupos: crianças e adolescentes.
Aposto especificativo
É aquele que especifica o termo a que se refere. Não é acompanhado de vírgulas.
Exemplo:
- A melhor praia de Salvador é a Praia de São Tomé.
- A cidade de São Paulo é muito famosa.
Observe, no entanto, a diferença entre As ruas
de São Paulo (Adjunto adnominal) e A cidade
de São Paulo (Aposto especificativo). No aposto especificativo, há uma ideia de igualdade de termos, ou seja, "A cidade"
= "São Paulo", o que não ocorre em As ruas
de São Paulo (paulistanas).
Aposto distributivo
É aquele que distribui as informações de termos separadamente. Geralmente, utilizado com ponto e vírgula.
Exemplo:
- Henrique e Núbia moram no mesmo país; esta na cidade do Porto, e aquele, na cidade de Lisboa.
Aposto oracional
É o aposto que possui um verbo.
Exemplo:
- Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.
- Ele me disse apenas isso: a nossa sociedade acabou
Aposto Resumidor (Recapitulativo)
É o aposto que resume toda a oração.
Exemplo:
- Trocar fraldas, amamentar, limpar o nariz, acordar de noite, tudo exige paciência.
- Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.
Aposto Comparativo
É o aposto que compara.Geralmente entre vírgulas.
- A inflação, que parece um monstro devorador dos salários, é sempre uma ameaça à estabilidade econômica do país.
Vocativo
Dentro da
sintaxe, o
vocativo
é um termo de natureza exclamativa, que tem como função chamar alguém
ou alguma coisa personificada. É o único termo isolado dentro da oração,
pois não se liga ao verbo nem ao nome. Não faz parte do sujeito nem do
predicado. A função do vocativo é chamar ou interpelar o elemento a que
se está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação e admite anteposição
de interjeição de chamamento.
Exemplos
- "Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem."
- "Ide lá, rapazes!"
- "José, venha cá."
- "João, vamos logo!"
- "Camila, saia daí!"
- "Isabel,olhe aqui!"
- "Deus, tenha piedade de nós!"
Referências
- ↑ Paulo Cavalcante (13/10/2008). Termos Acessórios da Oração. Recanto das Letras. Página visitada em 07/03/2010.
- ↑ a b c d Domingos Paschoal Cegalla. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa (em Português). 46ª ed. [S.l.]: Companhia Editorial Nacional, 2007. 693 p. p. 363-367. 85-04-00789-8
- ↑ a b Adjunto Adnominal. Info Escola (21/08/2009). Página visitada em 07/03/2010.
Ver também