Virtude (latim: virtus; em grego: ἀρετή) é uma qualidade moral particular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação.
Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente.
A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem,e elas se aperfeiçoam com o hábito.
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[editar] A virtude na doutrina católica
Segundo a doutrina da Igreja Católica, e especialmente S. Gregório de Nissa, a virtude é "uma disposição habitual e firme para fazer o bem", sendo o fim de uma vida virtuosa tornar-se semelhante a Deus [1]. Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si tornando virtuosa a própria vida. No Catolicismo, existem 2 categorias de virtudes:
- as virtudes teologais, cuja origem, motivo e objeto imediato são o próprio Deus. Os cristãos acreditam que elas são infundidas no homem com a graça santificante, e que elas tornam os homens capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade. Elas fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. Para os cristãos, elas são o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano [2]. As virtudes teologais são três:
- Fé: através dela, os cristãos crêem em Deus, nas suas verdades reveladas e nos ensinamentos da Igreja, visto que Deus é a própria Verdade. Pela fé, "o homem entrega-se a Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque «a fé opera pela caridade» (Gal 5,6)".
- Esperança: por meio dela, os crentes, por ajuda da graça do Espírito Santo, esperam a vida eterna e o Reino de Deus, colocando a sua confiança perseverante nas promessas de Cristo.
- Caridade (ou Amor): através dela, "como amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. Jesus faz dela o mandamento novo, a plenitude da lei". Para os crentes, a caridade é «o vínculo da perfeição» (Col 3,14), logo a mais importante e o fundamento das virtudes [3]. São Paulo disse que, de todas as virtudes, "o maior destas é o amor" (ou caridade) [4]. O Amor é também visto como uma "dádiva de si mesmo" e "o oposto de usar" [5].
- as virtudes humanas que são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas. Elas regulam os atos humanos, ordenam as paixões humanas e guiam a conduta humana segundo a razão e a fé. Adquiridas e reforçadas por atos moralmente bons e repetidos, os cristãos acreditam que estas virtudes são purificadas e elevadas pela graça divina [6]. Entre as virtudes humanas são constantemente destacadas as virtudes cardeais, que são consideradas as principais por serem os apoios à volta dos quais giram as demais virtudes humanas:
- a prudência, que "dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para o atingir. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida", sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.
- a justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido;
- a fortaleza que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;
- e a temperança que "modera a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados", sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres [7].
Para contrariar e opôr-se aos Sete pecados capitais, existe também um outro tipo de organização das virtudes, que é baseada nas chamadas Sete Virtudes: Castidade, Generosidade, Temperança, Diligência, Paciência, Caridade e Humildade.
[editar] Ver também
- Arete
- Doutrina da Igreja Católica
- Sete virtudes
- Virtudes teologais
- Virtudes cardinais
- Pecado
- Sete pecados capitais
- Paixão (sentimento)
Referências
- ↑ Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC), n. 377
- ↑ CCIC, n. 384
- ↑ Ibidem; n. 386, 387 e 388
- ↑ 1 Coríntios 13:13
- ↑ GEORGE WEIGEL, A Verdade do Catolicismo; cap. 6, pág. 101
- ↑ CCIC, n. 378
- ↑ Ibidem; n. 380, 381, 382 e 383
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