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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

COMO DIFERENCIAR CONJUNÇÃO EXPLICATIVA DE CONJUNÇÃO CAUSAL?

[Pergunta | Resposta]

A conjunção causal e a explicativaJustificar

[Pergunta] Como podemos distinguir a conjunção causal da explicativa? Quais as diferenças? Existem regras?

Iolanda Soares Lima :: Professora :: Brasília, Brasil

[Resposta] 1. Em primeiro lugar, há a considerar que a conjunção causal é uma conjunção de subordinação, e que a conjunção explicativa é uma conjunção de coordenação. Esta nota é importante porque a diferença inquirida não está exclusivamente na conjunção, mas no tipo de conexão dos elementos da frase, que a conjunção explicita.

2. As principais diferenças entre coordenação e subordinação são as seguintes:

(i) a coordenação consiste na combinação de constituintes que desempenham as mesmas funções na frase; no caso da subordinação, a oração subordinada desempenha sempre, em relação à subordinante, uma função sintática (sujeito, complemento direto, modificador...);
(ii) enquanto na subordinação só orações se combinam, na coordenação combinam-se orações e vários outros tipos de constituintes (grupos nominais, preposicionais...).

De notar que estas são diferenças de natureza sintática ou formal, não são diferenças semânticas.

3. Porém, as classificações causal e explicativa são justamente de ordem semântica e interpretativa. Cunha e Cintra (1984)1 incluem as conjunções porque, pois, porquanto, que no conjunto das conjunções coordenativas explicativas (p. 577), com a descrição «ligam duas orações, a segunda das quais justifica a ideia contida na primeira»; as mesmas conjunções são classificadas como subordinativas causais (p. 581) e diz-se delas que «iniciam uma oração subordinada denotadora de causa».

4. Considerando o que se diz em Mateus et al. (2003, p. 559)2, podemos apontar um aspecto distintivo formal, pelo menos: porque é causal se puder co-ocorrer com outra conjunção:

a) «O bolo não subiu porque puseste pouco fermento e porque não deixaste aquecer bem o forno.»
b) «Vamos embora, porque aqui não resolvemos nada.»

1 CUNHA, Celso; CINTRA 1984 – Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Edições Sá da Costa.

2 MATEUS, M. H. M. et al. 2003 – Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho.


Ana Martins :: 18/02/2008

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