M
_ MADEREIRA ou MADEIREIRA?
A forma correta é
"madeireira".
_ MACÉRRIMO / MAGÉRRIMO /
MAGRÍSSIMO
Macérrimo é um dos
superlativos de "magro". Uma pessoa macérrima é apenas uma pessoa
muito magra. "Magro" vem do latim ("macer") e pertence à
mesma família de "macerar", "macerado",
"maceração", "macérrimo", etc. Em todas essas palavras,
existe a noção de "amolecer", "enfraquecer",
"debilitar", etc. Por se apoiar na raiz latina, "macérrimo"
é considerada a forma erudita do superlativo absoluto sintético de
"magro". Outra flexão possível é "magríssimo", que se apóia
na forma portuguesa do adjetivo. No Brasil, é muito comum o emprego de
"magérrimo". O "Aurélio" diz que essa forma é "anormal
(...), apesar de muito comum"; o "Houaiss" diz que essa forma
"vem sendo usada como se o étimo fosse mager, magris, e não macer, macris,
macre , sendo, pois, menos recomendável".
O Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa , da ABL, registra somente duas formas: magérrimo e
macérrimo.
_ MAIS BOM DO QUE MAU
Quando se intensifica uma
qualidade de determinado ser, tem-se o adjetivo no grau superlativo absoluto,
que pode ser analítico ("Ele é muito alto") ou sintético ("Ele é
altíssimo").
Existem tambem outras
formas de se intensificar um adjetivo. Pode-se fazê-lo com prefixos ("Ele
é supersensível"; "Ela é ultracompetente"), com o diminutivo
("Ele joga uma bola redondinha"), com o aumentativo ("O chefe é
distraidão"), etc. Na língua do dia-a-dia, não falta criatividade para
intensificar o adjetivo ("podre de rico", "chato de dar
dó", etc.).
Quando se destaca a
qualidade de um ser em relação a um conjunto de seres da mesma espécie, o
adjetivo é flexionado no grau superlativo relativo ("Ela é a mais alta da
turma"; "Ele é o menos eficiente da família").
O outro grau do adjetivo é
o comparativo: "O Amazonas é mais extenso do que o Tapajós";
"Ele é tão aplicado quanto ela". Com essa flexão de grau do adjetivo,
pode-se comparar uma qualidade em dois seres, como se viu nos últimos exemplos,
ou duas qualidades no mesmo ser ("Ele é mais honesto do que
competente").
E é justamente quando se
comparam duas qualidades no mesmo ser que surge uma surpresa interessante.
Sabemos que não se diz que uma casa é "mais grande" do que outra.
Substitui-se "mais grande" por "maior". Diz-se, portanto,
que uma casa é maior do que outra. Mas suponha que se queira falar do tamanho e
do conforto de determinada casa. A casa é grande, mas o espaço não foi bem
aproveitado, ou seja, a casa é grande, mas é pouco confortável. Pode-se dizer
que a casa é mais grande do que confortável. Sim, é mais grande; não é maior.
Não se comparam duas casas; comparam-se duas qualidades que pertencem ao mesmo
ser, já que se quer saber que qualidade predomina nessa casa.
Isso também pode ser dito
a respeito de "bom" e "melhor". Diz-se que Pedro é melhor
do que Paulo, mas não se diz que Pedro é melhor do que mau. Diz-se que Pedro é
mais bom do que mau, quando se acredita que em Pedro a bondade supera a
maldade. Por falar em "mau", tome cuidado com "mal". A dica
para evitar confusões é velha e conhecida: "mau" se opõe a
"bom" ("Não é mau escritor"/"Não é bom
escritor"); "mal" se opõe a "bem" ("Ele escreve
mal"/"Ele escreve bem").
Voltando às comparações, é
bom lembrar que "mais pequeno" é construção comum em Portugal e
também encontra registro em grandes autores brasileiros. O "Aurélio"
dá estes exemplos: "Amo-te até nas coisas mais pequenas" (de Manuel
Bandeira); "Quando era mais pequeno, metia a cara no vidro" (de
Machado de Assis). Nos dois casos, também caberiam as formas sintéticas
("menores" e "menor", respectivamente), talvez menos
expressivas nos exemplos em questão, sobretudo no de Bandeira.
Também é bom lembrar que
são igualmente possíveis as formas "que" ou "do que" para
introduzir o segundo elemento da comparação e fechar a estrutura: "Ele é
mais alto do que eu" ou "Ele é mais alto que eu"; "Ela é
mais calma do que você" ou "Ela é mais calma que vo cê".
Por fim, uma informação
importante para quem vai fazer qualquer concurso público formulado por
examinadores que adoram as malditas "pegadinhas". Quando se diz que
uma casa é menor do que outra, o comparativo é de superioridade. Pode parecer
estranho, mas é de superioridade mesmo, já que "menor" equivale a
"mais pequeno" e, se é "mais", é superior. Também em
"Este carro é pior do que aquele" há comparativo de superioridade, já
que "pior" substitui "mais mau". Se é "mais", é
superioridade. O ideal seria que não se fizessem mais questões desse tipo, mas,
como elas ainda são abundantes, é melhor prevenir-se. (P.C.N.)
_ O MAIS ... (= ADJETIVO)
POSSÍVEL (PLURAL)
Há duas possibilidades de
se flexionar esta expressão:
1. Pode-se flexionar
apenas o adjetivo que vem antes de "possível", sem a variação do
artigo e da palavra "possível".
Exemplos: Praias o mais
belas possível.
Imagens o mais claras possível.
Mulheres o mais formosas possível.
Imagens o mais claras possível.
Mulheres o mais formosas possível.
Observação: Na verdade, a
ordem pode ser alterada, desde que não se alterem as formas: "Mulheres o
mais possível formosas"; "Mulheres formosas o mais possível".
2. Pode-se flexionar todos
os elementos.
Exemplos: Mulheres as mais
formosas possíveis.
Praias as mais belas possíveis.
Imagens as mais claras possíveis.
Praias as mais belas possíveis.
Imagens as mais claras possíveis.
Como se vê, neste caso não
se deve deixar invariável a palavra "possível", ou seja, não se deve
dizer ou escrever algo como "Mulheres as mais formosas possível".
_ O MAIS DAS VEZES / AS
MAIS DAS VEZES
Estas são as duas formas
que encontram registro na língua culta.
Exemplo: Seus argumentos
são, o mais das vezes (ou "as mais das
vezes"), simples repetições do que dizem seus mestres.
vezes"), simples repetições do que dizem seus mestres.
_ MUITA VEZ ou MUITAS
VEZES?
As duas formas são
corretas. Nos textos clássicos, é comum o emprego de "muita vez" no
lugar de "muitas vezes", como se poderá observar em obras de Machado
de Assis.
Também causa dúvida a
expressão "de quando em vez", tão boa quanto "de vez em
quando".
_ MAIZENA ou MAISENA?
O certo é
"maisena" (mesmo que na famosa caixa amarela apareça grafada com z).
_ MANTEGUEIRA ou
MANTEIGUEIRA?
A forma correta desta
palavra é "manteigueira".
_ MAL-OLHADO ou
MAU-OLHADO?
Na verdade, as duas
palavras existem, mas apresentam significados diferentes:
- MAL-OLHADO (adjetivo): é
o "que não é bem visto, malvisto; detestado, odiado" ( Dicionário
Michaelis ).
- MAU-OLHADO
(substantivo): é a "qualidade que a crendice popular atribui a certas
pessoas de causarem desgraças àquelas para quem olham".
Observação: O adjetivo
"mal-olhado" não aparece no dicionário Aurélio, mas está registrado
no dicionário Michaelis e no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da
ABL.
_ CONCORDÂNCIA DA PALAVRA
"MEIO"
De início, é preciso
lembrar que essa palavra pode aparecer com diversos valores e significados.
Em "Esse não é o
melhor meio de resolver o problema", por exemplo, funciona como
substantivo e significa "método", "modo",
"maneira". Nesse caso, ela sofrerá apenas a flexão de número, pois
sempre será empregada no masculino.
Outros exemplos: Acho o
metrô o melhor meio de transporte de massa.
"Os fins justificam os meios." (Maquiavel)
"Os fins justificam os meios." (Maquiavel)
Em "Comprei meio quilo de feijão", é numeral fracionário e significa "metade de". Nesse caso, concorda em gênero e número com o termo modificado: "duas meias porções de batatas", "meia dúzia de laranjas", "meio litro de água mineral", "pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo para mim", "ela só sabe dizer meias verdades".
É nesse caso que se
enquadram expressões como "meio-dia e meia", "duas e meia",
"cinco e meia", etc. Em todas elas, está implícito o substantivo
feminino "hora", com o qual concorda o numeral fracionário
"meia".
Atenção para quando se usar "meio" com valor de advérbio, com o sentido de "um pouco", "um tanto", "mais ou menos". Sabe-se que advérbios não costumam apresentar variação de gênero (masculino/feminino) ou de número (singular/plural). Não se diz, por exemplo, algo como "Aquela mulher está muita cansada" ou como "A menina ficou muita nervosa", muito menos algo como "Elas pareciam muitas inquietas". Nos três casos, emprega-se a palavra "muito", que modifica um adjetivo ("cansada", "nervosa" e "inquietas", respectivamente) e, por isso, tem valor de advérbio e não apresenta variação de gênero e de número. Quando modifica um substantivo, "muito" varia ("Havia muitas mulheres na sala"; "Revi muitos amigos nesse encontro").
Quando funciona como
advérbio, "meio" deveria seguir o mesmo caminho que segue a palavra
"muito", ou seja, não deveria variar nos casos em que modifica um adjetivo:
"Ela estava meio nervosa"; "Elas pareciam meio inquietas".
Na língua oral, no entanto, não é o que se costuma verificar; predomina o uso
da forma flexionada ("Ela está meia nervosa", "Ele fez uma
jogada meia besta"), o que também se vê em alguns registros clássicos,
como este, de Machado de Assis (citado no "Aurélio"): "A cabeça
do Rubião meia inclinada".
No português formal
moderno, no entanto, parece mais do que estabelecida a invariabilidade de
"meio" quando essa palavra é empregada com valor de advérbio, ou
seja, com o sentido de "mais ou menos", "um pouco", etc.
O dicionário
"Houaiss" não menciona o que ocorre nos clássicos e dá estes exemplos
de "meio" como advérbio: "Uma tarefa meio acabada";
"Hoje ela acordou meio tristonha".
Lançado neste ano (2003),
o "Guia de Uso do Português", da professora Maria Helena de Moura
Neves, diz que, como advérbio, "meio" tem o significado de "um
pouco", "um tanto" e "é invariável". Em seguida, o
"Guia" dá dois exemplos ("...eu estava meio indisposta" e
"Os óculos de lentes já meio fracas..."), retirados do
"corpus" em que se apóia a pesquisa da eminente professora da Unesp.
No "Dicionário de
Usos do Português do Brasil", do insigne professor Francisco S. Borba,
também da Unesp, o exemplo de "meio" como advérbio é este: "A
cacimba ficava meio escondida".
Lançado em 2001, o
"Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea", da Academia das
Ciências de Lisboa, também segue a linha do "Houaiss": não menciona
os clássicos e, a julgar pelo exemplário, dá o advérbio "meio" como
invariável.
Bem, ao que parece, não
faltam documentos e fontes que atestam a predominância da invariabilidade do
advérbio "meio" nas variedades formais do português moderno. Em
outras palavras, quando se trata de língua padrão (ou "exemplar", como
diz o ilustre professor Evanildo Bechara), parece mais adequado optar por
"meio" (no lugar de "meia") em frases como "A economia
do país ainda está meio debilitada" ou "A advogada parecia meio
confusa".
_ MENOR ou DE MENOR?
A expressão correta é simplesmente
"menor", não existindo assim a forma "de menor". Isso
também vale para "maior".
Exemplos:
Eu ainda sou menor.
Ela já é maior.
Ela já é maior.
_ MESMO (usado como
pronome substantivo)
Para os gramáticos mais
rigorosos, existe erro em usar o vocábulo "mesmo" para substituir
termos expressos anteriormente numa oração. Só poderíamos usar a palavra
"mesmo" como pronome de reforço.
Exemplos:
Espera-se que os deputados
empenhem-se nos trabalhos das diversas comissões , fazendo com que os mesmos
sejam resolvidos o mais rápido possível. (incorreto)
Eu mesmo (= eu próprio)
fiz este trabalho. (certo)
Ela mesma (= ela própria) resolverá o problema. (certo)
Eles feriram a si mesmos (= a si próprios). (certo)
Ela mesma (= ela própria) resolverá o problema. (certo)
Eles feriram a si mesmos (= a si próprios). (certo)
Atente-se, nessa
circunstância, que a palavra "mesmo" varia de acordo com o termo
modificado.
Outros exemplos:
"Eles mesmos prepararam a refeição para os convidados"; "Elas
mesmas compuseram a canção e fizeram o arranjo".
Esse procedimento também
se aplica quando se emprega a palavra "próprio": "Eles próprios
prepararam..."; "Elas próprias compuseram...".
Entretanto, devido ao uso
consagrado, muitos estudiosos da língua portuguesa já aceitam o uso do
"mesmo" como pronome substantivo (substituindo um termo anterior).
É recomendável, porém,
evitar o uso do pronome "mesmo" em lugar de algum termo já expresso.
Ainda que não seja erro, caracteriza pobreza de estilo. Muitas vezes usa-se a
palavra "mesmo" porque falta vocabulário ou porque não se sabe usar
outros pronomes.
_ MESMO / IGUAL
- Mesmo: o próprio, análogo.
Exemplo: Estamos com o
mesmo problema do ano passado. (= É um problema
só. Significa que o problema do ano passado não foi resolvido)
só. Significa que o problema do ano passado não foi resolvido)
- Igual: com o sentido de
outro.
Exemplo: Estamos com um
problema igual ao do ano passado. (= É outro
problema, com as mesmas características do problema do ano
passado)
problema, com as mesmas características do problema do ano
passado)
_ META / OBJETIVO
Segundo nossos
dicionários, as duas palavras poderiam ser consideradas sinônimas. No entanto,
no meio empresarial faz-se diferença entre "meta" e "objetivo";
assim temos que:
- Meta: é um objetivo
quantificado;
Exemplo:
"O objetivo é
aumentar a venda dos nossos produtos."
"A meta é aumentar em 20% a venda dos nossos produtos, ou
vender mensalmente no mínimo x unidades do produto y."
"A meta é aumentar em 20% a venda dos nossos produtos, ou
vender mensalmente no mínimo x unidades do produto y."
"O objetivo do
governo é acabar com o analfabetismo no Brasil."
"A meta é acabar com o analfabetismo até o fim do ano 2005."
"A meta é acabar com o analfabetismo até o fim do ano 2005."
_ MIOSOTES / MIOSÓTIS
As duas formas são
corretas. Miosótis são pequenas flores azuis, também denominadas
"não-te-esqueças-de-mim".
Observação: A palavra
"miosotes" é paroxítona e não leva acento porque não há regra que o
justifique. Todavia, a palavra "miosótis" também é paroxítona e é
acentuada porque existe regra que justifique o acento: todas as paroxítonas
terminadas originalmente em "i", "is" são acentuadas.
Exemplos: lápis, táxi(s), íris, cútis, etc.
_ MISSA DO SÉTIMO DIA
Deve-se dizer "missa
do sétimo dia", e não "missa de sétimo dia", como vê-se
publicado em muitos jornais.
_ MIXTO QUENTE ou
MISTO-QUENTE?
Deve-se escrever "misto-quente"
(com s e com hífen).
_ A MORAL / O MORAL
- A MORAL: referente a um
"conjunto de regras de comportamento".
Exemplo: Diante de algumas
denúncias, foi colocada em dúvida a moral daquele candidato a prefeito.
- O MORAL: relativo a
"ânimo, disposição".
Exemplo: O técnico
tentava, com suas brincadeiras, levantar o moral do time, após a terceira
derrota seguida.
_ MORTANDELA ou MORTADELA?
O certo é
"mortadela".
_ MOZARELA / MUÇARELA /
MOZZARELLA
O Dicionário Aurélio -
Século XXI - traz as duas formas: mozarela e muçarela.
A forma
"muçarela" é preferível, porque é a pronúncia brasileira mais usual
para a forma italiana "mozzarella".
_ "MÚSICO" TEM
FEMININO?
"Músico" é um
substantivo sobrecomum, isto é, um substantivo uniforme, pertencente a um único
gênero (masculino ou feminino), podendo designar os dois sexos.
Exemplos: a criança, a
pessoa, a testemunha, o apóstolo, o ídolo, o carrasco, o indivíduo, o músico,
etc.
Assim, tanto podemos dizer
que "Rafael é um músico excelente, como "Adriana é um músico
excelente".
N
_ NACIONALIDADE /
NATURALIDADE
- NACIONALIDADE: país de
nascimento, condição própria de cidadão de uma nação;
- NATURALIDADE: município
ou estado de nascimento.
_ NEÓFITO
Este termo significa
novato, principiante, noviço. O neófito, na igreja primitiva, era o indivíduo
recentemente convertido ao cristianismo. O prefixo neo vem do grego e significa
"novo". Daí o tal de neoliberalismo (doutrina nova, em voga nas
últimas décadas do século 20, que prega a redução do Estado na economia e na
esfera social).
_ NUMERAIS
Existem quatro tipos de
numerais:
1) CARDINAIS - aqueles que
expressam quantidade: um, dois, três, quatro, cem, mil, etc.
2) ORDINAIS - servem para
expressar ordem: primeiro, segundo, terceiro, décimo-quinto, centésimo-nono,
etc.
3) MULTIPLICATIVOS -
designam multiplicação: duplo, triplo, quádruplo...
4) FRACIONÁRIOS - servem
para designar as frações ou partes de um todo: meia, metade, terço, um quarto,
um sexto...
Por ser uma classe de
palavra, nunca substitua os numerais pelos algarismos na hora de escrever, com
exceção para as horas, as datas e as medidas (distância, peso, altura, etc.)
Exemplos:
Comprei três (e não 3)
CDs, ontem, no shopping.
Ali vão duas (e não 2) irmãs muito bonitas.
Agora são 8 horas do dia25 de dezembro de 1997.
São Paulo fica à cerca de 400km do Rio de Janeiro.
Ali vão duas (e não 2) irmãs muito bonitas.
Agora são 8 horas do dia25 de dezembro de 1997.
São Paulo fica à cerca de 400km do Rio de Janeiro.
Normalmente, os numerais
ordinais têm função de adjetivo e se antepõe ao substantivo: primeira edição,
segundo caderno, oitavo passageiro, quinto ano, etc.
No entanto, existem alguns
casos em que o numeral ordinal deve ficar obrigatoriamente depois do
substantivo, como nas referências de soberanos, príncipes, reis, ou indicando a
sucessão de papas, e que deve ser indicado com algarismos romanos:
Príncipe Charles I, rei
Dom João VI, papa João Paulo II...
Observação: Na pronúncia,
deve-se usar o numeral ordinal até o número DEZ. Daí para frente, utiliza-se o
numeral cardinal.
O
_ OCTAGÉSIMO ou
OCTOGÉSIMO?
O termo
"octagésimo" é um típico caso de contaminação. O ordinal relativo a
quarenta é "quadragésimo", o que se refere a cinqüenta é
"qüinquagésimo", o de sessenta é "sexagésimo", o de setenta
é "septuagésimo" (ou "setuagésimo") e o de noventa é
"nonagésimo". Como se vê, todos os cardinais citados geram ordinais
em que antes da terminação "-gésimo" aparece a letra "a",
fato que leva a maioria dos falantes a estender o sistema ao ordinal de oitenta
e, conseqüentemente, dizer "octagésimo". Isso explica, mas não
autoriza o uso dessa forma, que não encontra registro em nenhum dicionário, nem
no "Vocabulário Ortográfico", da Academia Brasileira de Letras. A
forma registrada é "octogésimo", com "o" antes da
terminação "-gésimo". É bom lembrar que quem tem oitenta anos é "octogenário"
(e não "octagenário"). Agora, o contraponto: um poliedro de oito
faces é um "octaedro", com "a" mesmo.
_ ÓCULO / ÓCULOS
Palavra que deve ser
empregada sempre no plural, apesar de existir a forma singular
"óculo".
Exemplos:
Esqueci meus óculos no
táxi em que viajei ontem.
Ou ainda: Esqueci um par de óculos...
Ou ainda: Esqueci um par de óculos...
Outras palavras que devem
ser empregadas sempre no plural: BRUÇOS ("Dormir de bruços"), COSTAS
("Dor nas costas"), HEMORRÓIDAS, PARABÉNS, PÊSAMES.
Observação: Existem
palavras que têm seu significado alterado quando passam para o plural, é o caso
de: BEM = VIRTUDE - BENS = PATRIMÔNIO; FÉRIA = SALÁRIO - FÉRIAS = PERÍODO DE
DESCANSO. Aliás, tanto faz dizer que "ela saiu de férias" ou
"ela saiu em férias". As duas formas estão corretas.
_ ÓTICO / ÓPTICO
Segundo o dicionário
Aurélio - Século XXI - temos:
- Ótico: Relativo ou
pertencente ao ouvido;
- Ótico 2: v. óptico;
- Óptico: Relativo à
visão, ou ao olho; ocular.
Assim, o adjetivo
"ótico" que deveria ser usado somente para o ouvido, por ser também
uma forma variante de "óptico", pode ser usado para a visão, para o
olho. O adjetivo "óptico", porém, só pode ser usado para a visão.
Quando relativo ao ouvido,
o adjetivo "ótico" (de origem grega) pertence à família de que fazem
parte palavras como "otite" (inflamação do ouvido),
"otorrinolaringologia" (ciência que estuda o ouvido, o nariz e a
garganta), "otalgia" (dor no ouvido), etc.
Meio
e meia
Muita
gente faz confusão: afinal, deve-se dizer sempre "meio" ou pode-se
usar a "meia" também? Bem, a questão é que existe um numeral
"meio" e um advérbio "meio".
Se
você estiver usando o numeral, a palavra pode variar: "A menina comeu meio
frango e meia torta de banana" ("meio", neste caso, é uma
quantidade).
Mas,
se você usar o advérbio "meio", a palavra não varia nunca:
"Depois de comer tanto, é claro que ela ficou meio mal…" (nunca, nunca mesmo, use "meia mal").
"Depois de comer tanto, é claro que ela ficou meio mal…" (nunca, nunca mesmo, use "meia mal").
Depois
de ler tudo isso, você vai saber que o correto é dizer:
"Ao meio-dia e meia (metade da hora), a criatura comilona foi parar na Emergência do hospital".
"Ao meio-dia e meia (metade da hora), a criatura comilona foi parar na Emergência do hospital".
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