domingo, 6 de novembro de 2011

REDAÇÃO: COMO É FEITA A CORREÇÃO + CRITÉRIOS

5 – Critérios de adequação ao tema
P - Quais são os critérios para se estabelecer que o candidato não se adequou ao tema?
R - Uma vez elaborados os temas(A, B e C), a Banca Elaboradora prepara uma detalhada orientação para a Banca de Correção, explicando as expectativas de desenvolvimento dos temas propostos. Desta orientação faz parte a explicitação dos casos que devem ser considerados “fuga total ao tema proposto”. Nos dois primeiros dias que se seguem à realização da prova, a Banca de Correção dedica-se à leitura atenta de uma amostra das redações, criteriosamente constituída, com o objetivo de verificar o rendimento dos candidatos em cada um dos temas propostos. Somente após a leitura e discussão dessas amostras é que são definidos os critérios definitivos para a avaliação do que deve ser considerada uma redação “fora do tema”. Todas as redações são corrigidas por dois avaliadores, que constituem as duplas de correção. No sentido de garantir que nenhuma redação seja anulada indevidamente, todos os casos de anulação são submetidos a uma terceira correção.
 

6 – Fuga ao tema proposto
P - Se o estudante fugir do tema, mas tiver um texto considerado “brilhante” pela Banca, ele perde pontos?
R - Sim. Infelizmente uma redação “brilhante” mas que fuja totalmente ao tema proposto será anulada. Esses casos de anulação justificam-se perfeitamente dados os objetivos da prova de redação. Ela não é apenas um exercício de escrita, mas sim de leitura e escrita. O candidato que fugir totalmente ao tema estará demonstrando, de forma inequívoca, que não foi capaz de compreender minimamente as instruções dadas para o desenvolvimento do tema que escolheu. Vale lembrar, no entanto, que é praticamente impossível ser um excelente escritor sem possuir habilidades mínimas para leitura. A Banca de Correção das redações do Vestibular/Unicamp não tem registros de casos como o mencionado na pergunta, ou seja, de redações “brilhantes” que não tenham desenvolvido o tema proposto.
 

7 – Argumentação baseada no “senso comum”
P - Não é verdade que, se a opinião do candidato for mais “senso comum”, sua argumentação parecerá mais forte?
R - Não. Não é verdade que uma opinião mais “próxima do senso comum” faz com que a argumentação do candidato pareça mais “forte”. Espera-se, na verdade, que os candidatos expressem sua opinião sincera a respeito das questões propostas nos temas. Nesse sentido, é importante deixar claro que os corretores são preparados para avaliar os textos dos candidatos e pontuá-los estritamente de acordo com a grade de correção, sem considerações de ordem ideológica. Os candidatos não têm motivos, portanto, para tentar adivinhar qual seria a opinião ou quais seriam os argumentos “preferidos” pelas Bancas de Elaboração e Correção da Redação. Muitas vezes, a tentativa de “agradar” aos corretores pode levar o candidato a produzir um texto pior do que o que seria capaz de elaborar expressando sua opinião sincera sobre o assunto.
 

8 – Uso da Coletânea
P - É admissível citar trechos da coletânea?
R - Sim, na medida em que tal citação não resulte em mera colagem de fragmentos em um texto desarticulado, o que fatalmente geraria graves problemas de coerência e coesão. Quaisquer citações deverão estar integradas ao texto do candidato, sem prejuízo para sua articulação interna, portanto.
 

9 – Uso de dados
P - Se na tentativa de fundamentar sua argumentação o estudante citar dados incorretos, ainda que pertinentes, ele perde pontos?
R - Não necessariamente. Se, por exemplo, ao desenvolver um tema sobre a situação do menor no Brasil, o candidato fizer referência incorreta a dados estatísticos ou a outras informações específicas semelhantes, ele não perderá pontos, se a menção a esses dados for pertinente no texto. Se, por outro lado, ele partir do pressuposto de que não há um número significativo de menores abandonados no país, perderá, evidentemente, muitos pontos no item “coerência”, uma vez que estará demonstrando total desconhecimento do mundo em que vive.
 

10 – Título na Redação
P -   É necessário dar um título à Redação?
R - Não é necessário dar título à Redação, a menos que na proposta seja solicitado explicitamente que o candidato dê um título à Redação.
 

11 – “Originalidade” e “Criatividade”
P - Um texto original e criativo ganha ou perde pontos?
R - As redações não são corrigidas e pontuadas segundo critérios de “originalidade” ou “criatividade”, uma vez que é impossível introduzir tais critérios em uma grande correção, sem prejudicar a atribuição objetiva de pontos aos candidatos. Todavia, aquelas redações que se destacam do ponto de vista da elaboração mais sofisticada levará o candidato a receber o número máximo de pontos nos itens em que sua redação apresentar grandes qualidades. Assim, um texto excelente do ponto de vista do desenvolvimento do tema proposto, receberá necessariamente a pontuação máxima prevista nos itens “adequação ao tema”, “adequação à coletânea” e “coerência”. Um texto excepcional do ponto de vista da elaboração formal, receberá pontuação máxima nos itens “adequação à modalidade” e “coesão”. Um texto excepcional em termos de elaboração formal e de conteúdo receberá nota máxima em todos os itens. Esses textos são, evidentemente, os mais “originais” e “criativos”.
 

12 – Uso de gírias e linguagem coloquial
P - Usar gírias ou palavras de uso coloquial consideradas incorretas do ponto de vista gramatical tira muitos pontos? Quantos?
R - O uso de gírias e da linguagem coloquial será avaliado em função do tema escolhido pelo candidato. Essas escolhas podem ser inadequadas, por exemplo, para um texto dissertativo. Já quando utilizadas com propriedade em um texto narrativo, onde podem contribuir, por exemplo, para a caracterização de determinada(s) personagem(ns) podem ser perfeitamente adequadas.
 
Quando utilizadas inadequadamente, as gírias e expressões típicas da linguagem coloquial serão avaliadas segundo critérios estabelecidos na grade de correção, para atribuição de pontos ao item “adequação à modalidade escrita”.

Os candidatos não devem tentar sofisticar artificialmente sua linguagem escrita, no entanto, utilizando palavras ou expressões cujo significado não dominem. Quando dizemos que um texto dissertativo deve apresentar uma linguagem escrita formal, nossa expectativa é apenas a de que esse grau de formalidade seja compatível com a linguagem esperada de um bom texto escrito por um jovem que concluiu o ensino médio.
 

13 – Correção Ortográfica
P - Até que ponto conta a ortografia?
R - A ortografia, assim como os demais aspectos da correção gramatical, é avaliada no item “adequação à modalidade escrita”, um dos itens nos quais se baseia a correção das redações do Vestibular/Unicamp. Esses itens, divulgados e comentados no Manual do Candidato/99, são os seguintes: Adequação ao Tema e ao Tipo de Texto, Adequação à Coletânea, Adequação à Modalidade, Coerência e Coesão. Na composição da nota total atribuída ao candidato, a ortografia não é, portanto, supervalorizada. O mesmo vale para os aspectos relativos às questões de flexão e concordância verbal e nominal, regência, pontuação.
 

14 – Letra
P - É permitido escrever com letra de forma?
R - Sim. O importante, para a Banca de Correção, é que o texto do candidato seja legível
 

15 – Número de linhas
P - Há um número mínimo ou máximo de linhas para redação?
R - Espera-se que os candidatos não escrevam menos de 20 linhas nem ultrapassem em muito as 60 linhas. Isso não significa, no entanto, que textos com menos de 20 linhas não sejam corrigidos. Não se espera também, que o candidato interrompa bruscamente o texto após ultrapassadas, eventualmente, as 60 linhas. A Banca não estimula, evidentemente, a prolixidade, que em nada contribui para a qualidade dos textos. Por outro lado, na medida em que também se procura avaliar, nas redações, a capacidade do candidato de selecionar elementos relevantes para o desenvolvimento do seu texto, ele não deverá deixar de usar elementos que considere significativos, apenas pelo fato de já ter ultrapassado 60 linhas.
 

16 – Uso de corretor líquido e lápis
P - É permitido usar corretor líquido ou escrever a lápis?
R - Não, o candidato não pode usar corretor líquido. Quanto a escrever a lápis, é admissível apenas no rascunho. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta.
 

17 – Distribuição do tempo na 1ª Fase
P - O recomendável é que se faça primeiro a redação ou a deixe para depois de já ter resolvido todas as questões?
R - Essa escolha é do candidato, evidentemente. Só ele pode planejar bem o uso das quatro horas de que dispõe para a realização da prova, em função do investimento que se sinta em condições de fazer na redação e/ou nas questões. O candidato deve ler cuidadosamente os enunciados dos temas propostos e das questões. Esse momento de leitura não é de forma alguma uma perda de tempo. Pelo contrário: a leitura bem feita e atenta é já um momento de elaboração da redação e das respostas às questões. As Bancas de Correção de Redação e Questões têm observado, ao longo dos anos, que por trás de muitos dos erros dos candidatos costuma estar uma leitura apressada e mal feita dos temas ou enunciados das questões. O conselho mais valioso que a Comissão de Vestibulares da Unicamp pode dar aos vestibulandos é o seguinte: leiam com a máxima atenção os enunciados dos temas e das questões!

Cabe ao candidato distribuir bem o seu tempo, depois de ter lido a prova na íntegra, e com atenção. Só após ter escolhido o tema da redação e avaliado quantas das questões ele tem condições de responder é que o candidato deverá decidir quanto tempo poderá investir em sua redação sem prejuízo para as questões. É bom lembrar que a prova da 1ª fase da Unicamp não é constituída apenas de uma redação, e que um bom trabalho de resolução das doze questões propostas em muito contribui para que o candidato seja aprovado para a segunda fase do vestibular.
 

18 – Peso da Redação
P - Nos primeiros vestibulares da Unicamp, a Redação correspondia a 62,5% da prova e as questões valiam 37,5%. A Unicamp concluiu que era exagerado o peso da Redação?
R - Depois de alguns anos reavaliamos esse peso, concluímos que o recado sobre a importância da Redação estava dado, não havendo risco de as pessoas voltarem atrás, e tomamos a decisão de alterá-lo, de forma a criar mais equilíbrio na 1ª  fase. Ficamos com 50 e 50. Hoje, é como se tivéssemos na 1ª fase do vestibular duas provas no mesmo dia, como ocorre nos quatro dias de prova da 2ª fase. A partir daí é possível imaginar que o candidato distribui melhor o seu tempo para fazer os dois componentes da prova. Essa decisão foi amadurecida na Câmara Deliberativa e tomada no momento em que se achou que ela deveria e poderia ser tomada. E o que observamos é que o trabalho com Redação continua, nas escolas que haviam entendido a mensagem.
Por que estou dando este exemplo? Porque qualquer outra modificação que venha a ser proposta, que tenha por base maior flexibilidade para as universidades pensarem seus exames, deverá também ser fruto de discussão na Câmara Deliberativa – e não poderá ser uma discussão irresponsável. É algo que precisa ser feito com responsabilidade. Decisões devem ser tomadas no momento em que efetivamente os membros da Câmara se sintam suficientemente informados para fazer alguma mudança. E mais: sintam que qualquer mudança de fato se justifique do ponto de vista de instituição. O tipo de seleção que se faz tem de corresponder às características de cada universidade, às exigências e ao nível de demanda dos cursos.
 


Um comentário:

  1. SE VC É QUE NEM A MAIORIA QUE NÃO FAZ A MENOR DISTINÇÃO ENTRE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS OU NÃO DÁ IMPORTÂNCIA MESMO... JÁ ESTÁ E-LI-MI-NA-DO.

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É O QUE TEM PRA HOJE: "POUCO PAPO E SÓ... SU-CEEEEEEES-SO!!!"



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